5 de junho de 2014

Transcrevi para outro endereço a justificação de te ter abandonado.
És adverso e andas comigo há dez anos... fiel e resistente.
Neste mar de palavras e imagens revejo o meu passado... e o meu presente.
Hoje, ouço-me nesta experiência e percebo e procurei-me...
Aqui me encontrei... http://ifoundmyselfoutside.blogspot.pt/...
Dez anos...
Como passou...


4 de julho de 2013

Onde foste um dia depósito de lágrimas, hoje não me serves.
Onde foste um dia caderno de palavras, hoje não te escrevo.
Onde foste um dia bufo de sentimentos, hoje não te mostro.
Onde foste um dia nervo que sentia, hoje não te sinto.
Onde foste um dia carteiro que sorria, hoje não te falo.
Onde foste um dia companheiro, hoje não caminhamos.
Onde foste um dia mestre do conselho, hoje não te preciso.
Depósito, caderno, bufo, nervo, carteiro, companheiro e mestre.

Adversamente desde 2004.

28 de junho de 2012

Oito anos de companhia e abandonado desde Setembro... sinceramente Zud...

21 de setembro de 2011


Onde me procuro encontro-me sempre prostrado em mim.

Denoto uma vontade de me sair.
Ver de fora, um esclarecimento do que vivi nestes últimos seis ou sete anos.
Esta face perdida encontra-se diariamente no que de si permanece são.
...
Tudo o que sou, engloba o que perdi, o que ganhei, o que desejei e o que mantive em mim e de mim.
Pensado que serei um homem de lutas e de valores, não conheço outra forma de viver que não seja
preservá-los ou a transmiti-los a quem os merece, mesmo que seja através das (frequentes) batalhas termopilianas que rezam a minha vida.
Berro, discuto e imponho os ideais que não são mais que a vida em respeito pelos outros e a fomentar o amor e a paz entre as pessoas do meu círculo. Só o que quero...
Às vezes (muitas vezes)
não consigo…
Protejo-os de uma forma vil e cruel daquilo que considero a perda da condição humana, e por vezes caio no erro de nem sequer pensar em mim... ou para mim... ou sobre mim...
Egocentrico.
Deixo-me consumir e derrotar por pessoas pequeninas e fracas… (apenas ao meu ver).
Neste ano de invejas e ataques de desconhecidos, movidos pela astúcia da palavra e da imaginação pérfida,
há afinal momentos de muita lucidez...
atropelados pelo coração (do tamanho de ti - dizem alguns)
e que apenas sabe ver o melhor dos outros (infelizmente)
… mesmo a esses não consigo sentir nada a não ser uma tristeza de os saber tão diminutos e fracos de vida…
O perdão é e será sempre a faca agudizadora do meu sofrimento.
O perdão é o meu pior inimigo e a minha maior fraqueza…
O perdão mantêm-me preso ao que não foi e ao que as pessoas não serão…
porque não são.
E eu... sou eu, e cada vez gosto (as vezes) mais de mim.

14 de setembro de 2011


Não existem relações falhadas.
Existem relações que não se encontraram no tempo certo.
As que perduram no tempo, sepultam em mim o sofrimento da dúvida.
Perco-me na esperança de “e se…”
É falso.
É prematuro e infiel à minha dor.
Sem saber enterrar o passado, apenas resta tropeçar novamente no mesmo erro.
E outra vez... e outra vez... e outra vez.
Sabendo do naufrágio, não consigo passar sem me fazer à desordem…
e naufragar e tentar sobreviver… outra vez… reconstruindo... outra vez...
Perdoar, perdoar, perdoar ... sabendo que não falhei ...
Apenas sei que quando o perdão se transforma no passado, acorda-me o presente e faz-me sofrer num futuro,  que afinal ...
não existe.
Dizem que a felicidade é viver sem memória.
Errado.
A felicidade é viver sem memória e sem perdão.
É enterrar a compaixão e não ver nos outros o que somos…
É viver apenas sem humilhação, sem medo, sem receio de ferir, de magoar e de fazer sofrer outra vez…. ou de sofrer... outra vez...
Ser feliz é apenas não ser prisioneiro dos erros que não cometi...
E estar com alguém como se estivesse só.
Em paz.

21 de agosto de 2011


A uma pergunta que vinha num jornal... respondi mentalmente assim.

É paz, calma, normalidade, compreensão, aliança, saber, força, confiança, ternura, amizade, amparo...
Amar é construir, apenas porque se ama, porque se acredita, porque se compreende.
Liberta-se porque se sabe que está em nós.
É não imaginar nada que não seja ... união, ligação... fusão. 
Saber-se de outro sendo de si...
É colocar inconscientemente, e acima de tudo, o bem-estar e a felicidade de quem se ama… isso é amar.
Perdoar sem rancor e sem memória, amar sem cobrança...
... sorrir quando se vê o outro… só porque sim.
Amar é saber que apesar de se passar por tudo o que se pode passar na vida, nunca comprometer o Amor…. 
... é saber que em qualquer altura se pode escrever ou receber uma mensagem como a que uma amiga minha escreveu ao marido…

(To my best friend, soulmate and husband: thank you for the last 17 years. I will love you for ever)

Isto é Amor.
desculpem lá as revistazinhas para adolescentes de 30 a 50 anos com teorias de merda, escritas por gente que troca de "amores para toda a vida" (minúsculas minhas) com a facilidade de quem come um gelado e faz da sua vida "O sexo e a cidade" cá do burgo...
PS - Gosto especialmente das colunas "Como (qualquer merda) em 10 dias". 

5 de julho de 2011

Como é que se esquece alguém que se ama?
Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver?
Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz?
Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas!
É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar.
A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência.
O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada.
Ninguém aguenta a dor.
De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho.
Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo.
Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.
É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução.
Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa.
Muitas vezes nem há seringa.
Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece.
Muitas vezes só existe a agulha.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera.
Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.

Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'

1 de junho de 2011

TABACARIA

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.
(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente
Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.

Álvaro de Campos, 15-1-1928

30 de maio de 2011

26 de maio de 2011

20 de maio de 2011

Não mesmo...

16 de maio de 2011

Separas.

Similares distâncias.
Hipotéticas diferenças.
Tão longe e tão próximas.
E distantemente tão perto.

Desigualdades de vida.
Ignoradas existências.

Distancias-te temerária.
Esquecendo o vulcão ao peito
Escorrendo lava para as vísceras.

Desligas-te
Esqueces-te.

Passas à frente.
Ousada.
Extinta.

Usado.

10 de maio de 2011

Am The Captain Of My Soul

Out of the night that covers me
black as the pit from pole to pole
I thank whatever gods may be
for my unconquerable soul

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud
Under the bludgeonings of chance
my head is bloody, but unbowed

Beyond this place of wrath and tears
looms but the horror of the shade
and yet the menace of the years
finds, and shall find me, unafraid

It matters not how strait the gate
how charged with punishments the scroll
I am the master of my fate
I am the captain of my soul

9 de maio de 2011

(Interrupção para um grito)

Ok.
Dúvidas.

Será que é obrigatório seres feliz?
Será que é imposto, forçoso e causa de exclusão ter o infeliz fado de esbarrar contra alguém que não te respeita?
Será que é delito procurar a paz… (sim só a paz)?
Será que seres confrontado, ofendido, desconsiderado e magoado é vergonha.
Seres vexado ao abandono e ao ultraje constante da angústia e da ansiedade é sinónimo de felicidade?
Uma opinião:
Melhor, uma afirmação: Não sou o denominador comum.

Sou apenas o denominador que não quer ser subjugado pela falta de respeito e pelo egoísmo dos outros.
Sou pai, mãe, amigo, profissional, mulher-a-dias, conselheiro, filho, neto, irmão… e em tudo sou exigência.
Nunca desacertei nesses meus papéis e às vezes em esforço quase desumano…
Há uma coisa que não sou. Objecto.
Sempre, optei por decidir.
Erradamente ou não, o tempo o dirá. Apenas decido, porque rejeito veementemente a quebra dos valores mais simples, só porque... (não sei).
Assisto a essa quebra com uma palavra. Intolerância.
Preciso disso para dormir descansado, e acreditem, faço-o.
Absorver-me de mim para fazer sorrir, levou-me ao cansaço e quase à alienação da minha vida e dos que me rodeiam.
Esquecendo de procurar motivos para sorrir fui servindo e suportando todos os caprichos e birras comuns.
Desacreditei-me por acreditar.
Dei tudo. Exposto e vulnerável, dei tudo. Não tenho mais.
Fim.
O sorriso, a felicidade e o bem-estar dos outros é que importava.
Um denominador comum?
A mentira, o desrespeito, a exigência, o ciúme, a inveja, o desprezo, a desconsideração, a desconfiança e a castração de prazeres simples… e meses depois o arrependimento e a suplica pelo mal que fizeram …
Querem um denominador de ruptura?
O meu passado.
Sim. Tenho um passado de que fazem parte as pessoas do meu futuro e que me fazem sentir vivo
(… 9 anos… já passaram nove anos…).
Essa e as outras pessoas. As que querem. (Sem cobrar, sem pedir, sem desconfiar, sem exigir... só porque gostam, só porque sim).
Sobre esse passado… não me sinto minimamente envergonhado.
Tenho no corpo as marcas dele.
Dentro e fora.
E tudo o que não preciso… acreditem…
É de opiniões sobre essas marcas.
Porque…
GUESS WHAT?
YOU DON´T KNOW SHIT!!!

Sometimes you think in the things you’ve said
Somehow you will know what you have done to me
Somewhere you will regret everything...
Somebody will know the truth from your mouth... And then
Something great will happen...
...but not with me.

Zud

8 de maio de 2011

Sometimes I think everything is done
Somehow I know that I have done the right thing
Somewhere I will find my peace
Somebody will appear to me... and
Something great will happen…
… because I F#+**# deserve it.

Zud

2 de maio de 2011

As chamadas de atenção são um grito para dentro.
Ninguém te ouve.
Irrito-me quando perguntam “Está tudo bem?” a seco.
Porque haveria de estar mal?
Mais me agasta quando a seguir à pergunta vem uma resposta… clara, pensada e tentando prever o que não se pode augurar.
Toda a gente opina e saber opinar é uma característica inata em muita “gente”.
Não opino.
Contrario tudo o que sinto e exprimo-me em quietude e raiva.
Desgostoso.
Prossigo.

30 de abril de 2011

"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…"
(R. Nassar)

18 de abril de 2011

Explanation... recipe for...


4 injecções de injustiça
150 meses de trabalho árduo sem compensação
4 anos de procura
3/4 de desilusão
¼ de decepção
48 meses de solidão
3 doses de indecisão
1 lua cheia
3 álbuns de Cat Power
2 Cd´s de Radiohead
24 horas de tempo nublado
1 semana de páscoa
4/5 de amizades que se revelaram…

Meter tudo no mesmo saco e aguentar mais um pouco…
Servir sozinho e no sofá de sempre.


Not.

11 de abril de 2011

De saída...
conheci-te.
De entre as obscuridades ou das pequenas particularidades que te exigia.
Revelaste-te preciso durável e insistente. Obstinado tenaz…
Sem o meu ser, conheci-te em mim.
Imagens perenes que alimentam o que pedia
Revelo-me na tua solidez natural.
Lágrimas de indecisão imprecisa instável em medo.
Respeitos mútuos de traições outrora vistas sofridas
queridas gemidas choradas...
Fundamentadas nas entranhas.
Farpas que cravam a carne doce e áspera.
Sem surpresas.
Em algodões de arame, me deito…
Genuíno bêbado sedento sequioso, em espiral…
Nu.
Conheci-te.

7 de abril de 2011

Pull me out of the aircrash... please...

22 de março de 2011

The quieter you become, the more you are able to hear... and in the end, we will remember not the words of our enemies, but the silence of our friends.

21 de março de 2011

Respiro nas vagas do tempo e reajo sempre da mesma forma.
A razão é obscurecida e resiste à inspiração de um músculo pútrido e devoto.
Escuto-me e percebo os sinais.
Onde antes não experimentava, onde antes me desesperava.
Percebo, entendo-os. Fico mais fraco quando sinto que não deveria ser assim.
Sei, eternamente, que sou resistente e privado de mim.
Sinto-me mais fraco, mais velho e já reconheço na face, os traços do tempo.
Encostados às cicatrizes, esses riscos definem-me.
São o baixo-relevo da dor e deste percurso afligido, flagelado e sem qualquer dádiva.
Ao lado da estrada merecedora e justa.
Evito a escrita e o seu acondicionamento, com temor de mim.
Destapa-me e revela-me o intimo…
Acusa-me a alma que já não pode ser mostrada.
Exposta que foi, infligiu-me as durezas de batalhas desequilibradas e quase mortais.

Efeitos da lua e do dia do Pai… aqui estou…
… Apesar da resistência, abati-me de novo às letras… e entrei a circular nas folhas e na composição do que sou.
É um traçado que construo há vinte anos.
E até ver, a conclusão é a mesma…
Este ópio da escrita, devora-me e expõe-me às mais íntimas sensações e pensamentos.
Ameaça fechar-me dentro de mim.

Não sei… Mantenho-me igual. No meu intimismo.
Convicto de um sofrimento que não procurei.
Mantenho-me aqui… envolvido em mim.
Prostrado e caminhando sem propósito.

Just because I´m… me.

28 de dezembro de 2010

Hachico (chūken Hachikō, "cão fiel Hachikō") é estrela de cinema e exemplo de lealdade no Japão, mas para mim, é apenas um cão entre muitos.
Hachikō vivia em Tóquio com o seu dono, um professor da Universidade daquela cidade. Hachi (Hachikō é o diminutivo de Hachi) acompanhava todos os dias, o seu dono, desde a porta de casa até à estação de trens de Shibuya, regressando para encontrá-lo ao final do dia.
Aquele cenário, que se repetia todos os dias, de manhã e à noite, impressionava profundamente todos os transeuntes da estação de comboios, que viam com espanto a entrega do animal a seu dono. A rotina continuou até uma tarde fatídica em que o professor não regressou no comboio habitual, como de costume. o seu dono sofrera um AVC na universidade naquele dia, nunca mais retornando à estação onde sempre o esperara Hachikō
A história diz, que na noite do velório, Hachikō passou a noite deitado ao lado do seu dono.
Hachikō, após o falecimento, continuou a ir todos os dias à estação de Shibuya, à espera que o dono voltasse para casa. Todos os dias procurava a figura do professor Ueno entre os passageiros, saindo somente quando a fome o obrigava.
Dia após dia, ano após ano, durante nove anos e dez meses, Hachikō, ao final da tarde, precisamente no horário do comboio, esperava pelo regresso do seu dono e amigo.
A morte de Hachikō fez as primeiras páginas dos principais jornais japoneses, e muitas pessoas ficaram inconsoláveis com a notícia. Um dia de luto nacional foi declarado.
***
Em conversa com alguns anciãos, soube que afinal, na minha terra haviam vários "Hachico´s".
Um deles, quando o dono faleceu, acompanhou o funeral até ao cemitério e ficou deitado na campa, tendo morrido à fome naquele local.
Outro, talvez o mais conhecido, após ter acompanhado o funeral do dono, cada vez que o sino da igreja tocava, ia ao cemitério, participando em todas as marchas fúnebres da vila durante cerca de nove anos. Já sem conseguir andar, quando ouvia o sino anunciar alguma missa ou falecimento, gania sem parar durante alguns instantes, até que sem força se prostrava em si cheio de tristeza.
A minha primeira “Hachico”, no dia que o meu avô subiu ao céu, dormiu junto da sua cama e ali ficou durante alguns dias. Dizem que se atirou contra um carro algumas semanas depois.
O que é certo, é que, sendo a lealdade um conceito humano, cada vez há mais exemplos de valores (em extinção) vindo do mundo dos animais, deixando para nós, esta condição cada vez mais degradante e baixa que é viver como uma pessoa.
Lealdade e amizade, recordadas e defendidas por um simples cão.
Desculpa Manuel Alegre mas "Cão como nós" não.
Eles são fiéis e sabem o que é o amor incondicional.

16 de dezembro de 2010

FUCK FUCK FUCK FUCK.... FUUUUUUUUUUUUCK!!!!!

6 de novembro de 2010

23 de outubro de 2010

A lua está baixa.
Espreita-me o âmago com a necessidade de escrever algo que prometi em tempos.
Juramento.
Merece uma noite em branco com o altruísmo de perder minutos do sono perturbado que insiste em permanecer.
Naquele instante a lua (cheia para variar) devolveu-me o quarto e apenas me ofereceu o frio da madrugada.

***
Recorda o efeito da foto que tiraste antes do tempo decidir não se fazer esquecer.
Que o esquecer se fará de seguida, no amanhã, no que julgo ser uma prova da resistência do ser.
Enfrentar uma luta contra algo que nos impede de projectar a lua seguinte, sem reflectir no que bom o sol nos dá, constrói-nos.
Oferece-nos a Vida.
Aparece de surpresa e sem perguntar porquê.
Quando menos esperamos.
Quando tudo está bem. (e nos encontra a desistir).
Estica-nos a mão e apenas diz porque sim.
Porque é assim.
Porque fomos escolhidos para subir um degrau na escala da humanidade e este passo não permite retorno.
O prazer de ser empurra-nos para um teste e não aceita desistências.
O prazer de ser, esconde-se no sofrimento e na alegria de viver.
O extremo da felicidade disfarçada, ocultam a luta constante que cada um tem que ter com o teste que nos foi entregue.
Dá-nos "idade", vida e experiência.
Sem o acre como apreciaremos o sabor do mel?
Mas... como o mau pode ser bom?...
E se o mau e o bom estivessem os dois nus a olhar para a forma como combatemos as dificuldades?
– e sussurrassem entre olhares cúmplices –
(Espera para ver quando este superar a sua prova. Imaginas a felicidade?)
O bom e mau a troçar com a nossa evolução.
Basta, recordar o efeito da foto que tirarás quando superares o teu exercício.
O dia em que esquecerás tudo e saberás que passaste.
Só temos que decorar uma coisa.
As recordações só são boas quando, sorrimos para as adversidades e sabemos que algures ali, depois destas, estará um bom sorriso numa boa fotografia roubada ao tempo.

30 de setembro de 2010

Na sequência...