30 de novembro de 2006

Nunca pensei que uma visita a outro país me deixasse tão
na merda...
...
Acordo e vejo que afinal este já é o meu estado natural...
A excepção é o resto...

28 de novembro de 2006

Cavaleiro monge

Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por casas, por prados
Por quinta e por fonte
Caminhais aliados

Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por penhascos pretos
Atrás e defronte
Caminhais secretos

Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por plainos desertos
Sem ter horizontes
Caminhais libertos

Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por ínvios caminhos
Por rios sem ponte
Caminhos sozinhos

Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por quanto é sem fim
Sem ninguém que o conte
Caminhais em mim.

27 de novembro de 2006

Vou deixar para amanhã...

26 de novembro de 2006

Cheguei a uma parte no lado de fora.
Porrada no avião.
Enfadado.
Estimulado pelos amigos.
Local de sonho.
Nem sei...
...
Parece que apenas fui...
Álcool, esplanadas, álcool, cafés, restaurantes, álcool, choro,
tascas, choro, café, álcool, hotel, banho, esplanadas, álcool,
café, álcool, quatro dias, casa, choro, durmo.
...
Nem sei onde fui.

22 de novembro de 2006

And all came back to me now...

21 de novembro de 2006

Mestre,
Chamaste-me um dia "General Intrépido Mouro Sarraceno" ...
Estou cansado... sinto-me muito cansado...
Também por ti...
O cansaço assola-me o espírito e apodrece-me
lentamente a vontade de ferro e o querer de aço...
Estou cansado... e o mar continua a bater...
forte, imenso e distante.

Reconheço a morte quando a vejo;
Conheço o sofrimento ao longe;
Revejo-me nas lágrimas dos que sofrem;
Incorporo a dor dos que a sentem;
Refilo com os que não vencem;
Imito o acatamento da carência;
Vagueio pelas ruas sem farol;
Escondo as palavras adoentadas;
Vejo e revejo uma lenta extinção;
Ofereço náuseas a quem não protege;
Conforta-me o som que me expõe;
Revelo a competência aos inseguros;
Imagino a perda do que não tenho;
Sonho, perdido com o aconchego;
...
Entrego segredos aos confidentes;
Busco alento onde desconheço;
Dou muito do que não mereço;
Mas querendo cerro os dentes...
...
e resolvo continuar neste aperto...

18 de novembro de 2006

Por vezes sinto que apenas desisti de tudo... só isso.


Sexta-feira, 17 de Novembro de 2006 in TEMPUS A TEMPUS
coesão extrema
[...] no trabalho era um grupo tão unido, tão homogéneo, tão pessoalmente intricado e envolvido, que sem darem conta, aquelas oito almas se juntaram num denominador comum da vida: uns com filhos, outros sem, uns mais novos, outros menos, acordaram para a realidade de precisamente ontem, todos estarem ao mesmo nível: separados ou divorciados.

Todos eles juravam que não iriam repetir erros; todos eles faziam votos de fé em algo de melhor; todos eles, visivelmente sofriam por ter feito sofrer - um compensava com a fuga para Índia - ninguém sabe se ele volta; se quer voltar.

Até o longínquo "humilde sarraceno" elegera como modus vivendi a dedicação ao rebento, deitando para trás das costas vida em comum.

Para espanto de outros noutros andares do mesmo edifício, todos eles cantavam a plenos pulmões a música de um tal "feitiço", mesmo não se conhecendo feiticeiras. A Santa Inquisição exterminara a confiança no efémero feminino e cavara a sepultura para corpos sem sentimento patilhável. E contudo, não havia naquele canto, naquela catarse, qualquer resquício de felicidade.

Julio Machado Vaz observava numa das suas recentes exposições, que cada vez mais tinha pacientes que, à roda dos "cinquentas", lhe confessavam que tinham tido uma vida exemplar e calma, restando a dúvida de nunca terem amado.

Há algo de profundamente errado na Vida, naquela irmandade de trabalho? Porque nos deixamos atrair pelo abismo da opção dolorosa? Era necessário? Era sal da Vida?

Tempus difíceis estes.[...]

15 de novembro de 2006



Fanny Ardant et moi - Vincent Delerm

5 de novembro de 2006

Já faltou mais...