21 de março de 2011

Respiro nas vagas do tempo e reajo sempre da mesma forma.
A razão é obscurecida e resiste à inspiração de um músculo pútrido e devoto.
Escuto-me e percebo os sinais.
Onde antes não experimentava, onde antes me desesperava.
Percebo, entendo-os. Fico mais fraco quando sinto que não deveria ser assim.
Sei, eternamente, que sou resistente e privado de mim.
Sinto-me mais fraco, mais velho e já reconheço na face, os traços do tempo.
Encostados às cicatrizes, esses riscos definem-me.
São o baixo-relevo da dor e deste percurso afligido, flagelado e sem qualquer dádiva.
Ao lado da estrada merecedora e justa.
Evito a escrita e o seu acondicionamento, com temor de mim.
Destapa-me e revela-me o intimo…
Acusa-me a alma que já não pode ser mostrada.
Exposta que foi, infligiu-me as durezas de batalhas desequilibradas e quase mortais.

Efeitos da lua e do dia do Pai… aqui estou…
… Apesar da resistência, abati-me de novo às letras… e entrei a circular nas folhas e na composição do que sou.
É um traçado que construo há vinte anos.
E até ver, a conclusão é a mesma…
Este ópio da escrita, devora-me e expõe-me às mais íntimas sensações e pensamentos.
Ameaça fechar-me dentro de mim.

Não sei… Mantenho-me igual. No meu intimismo.
Convicto de um sofrimento que não procurei.
Mantenho-me aqui… envolvido em mim.
Prostrado e caminhando sem propósito.

Just because I´m… me.

1 comentários:

Gekko disse...

<3 it! continua a seres como és!