17 de junho de 2004

A terra vista do céu pelo Sr. Yan Arthus Bertrand.
Um momento...

*** sem palavras ***

http://www.yannarthusbertrand.com

Pôr-me a pensar.
Tenho milhares de coisas para fazer. Para criar.
...
Não sai nada, nem um gaspacho à alentejana.
Tento começar algumas coisas... pensadas e repensadas durante os dias de solidão.
Não sai mesmo nada.
Poder criar algo que pudesse ver para depois corrigir.
http://tempusatempus.blogs.sapo.pt/
Isto é, escrever sobre a vida para depois corrigir... se ainda tiver tempo...

Acho que vou dormir... e projectar qualquer coisa para amanhã.
Puta de mania.


16 de junho de 2004

A arte da guerra.
Adaptada a cada manhã, a cada momento. Estou a escolher. Mais um movimento táctico de alta importância.
A escolha é e será sempre a alavanca da vida. O ponto de não retorno.
Escolher é sagrado e profano, é tudo o que se move.
Quanto maior é a quantidade de informação, maior a possibilidade de minorar as consequências da escolha. Mas a escolha nunca deixará de existir.
No dia a dia, fazemos milhares de escolhas já mecanizadas e cuja consciência não absorve e não realiza como... uma escolha.
O menor dos males, a escolha acertada.
Façam-me o favor de fazer escolhas.
Movimento precisa-se.
Emoção.
Defesa de Valores.
Nunca descurando a má escolha.


The good fighters of old first put themselves beyond the possibility of defeat, and then waited for an opportunity of defeating the enemy. Sun Tsu “The Art of War”



De novo.
Achei que era um dever.
Recebi este poema há quase dois anos.
Acho que é um hino à Honra.
Ao gostar.
Ao respeitar.
Gostei.
É uma boa opinião.
É um bom elogio. Obrigado.



Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.


“No Tempo Dividido e Mar Novo”, Sophia de Mello Breyner Andresen, 1985, p. 79

Decidi criar um belógue, Magnólia era o nome, mas desagradou-me constatar que o espaço virtual não comporta duas magnólias.
Frustrado, decidi imaginar-me na minha sala de estar... numa tentativa desesperada de criar um título que tivesse algo de realidade.
Vi um livro sobre a vida de Viriato. Também nunca haverá dois viriatos... por muito que me custe...
Adverso; Surge AdverCidades.
A vida e os pensamentos nas adversidades das advercidades.
Na minha história, a frase abaixo em itálico, tem aquele significado. Não sei se gostam... mas não é importante que gostem.
Marcou A fase da minha História. Partilho-a.
Obrigado Poetas

A principio é simples, anda-se sozinho
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se bem no silêncio e no burburinho
bebe-se as certezas num copo de vinho
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E é então que amigos nos oferecem leito
entra-se cansado e sai-se refeito
luta-se por tudo o que se leva a peito
bebe-se, come-se e algum nos diz:
bom proveito
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
olha-se para dentro e já pouco sobeja
pede-se o descanso por curto que seja
apagam-se as dúvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Enfim, duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar, sem vela ou navio
bebe-se a coragem até de um copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E entretanto o tempo fez cinza da brasa
e outra maré cheia virá de uma maré vaza
nasce um novo dia e no braço outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Sérgio Godinho