21 de setembro de 2011


Onde me procuro encontro-me sempre prostrado em mim.

Denoto uma vontade de me sair.
Ver de fora, um esclarecimento do que vivi nestes últimos seis ou sete anos.
Esta face perdida encontra-se diariamente no que de si permanece são.
...
Tudo o que sou, engloba o que perdi, o que ganhei, o que desejei e o que mantive em mim e de mim.
Pensado que serei um homem de lutas e de valores, não conheço outra forma de viver que não seja
preservá-los ou a transmiti-los a quem os merece, mesmo que seja através das (frequentes) batalhas termopilianas que rezam a minha vida.
Berro, discuto e imponho os ideais que não são mais que a vida em respeito pelos outros e a fomentar o amor e a paz entre as pessoas do meu círculo. Só o que quero...
Às vezes (muitas vezes)
não consigo…
Protejo-os de uma forma vil e cruel daquilo que considero a perda da condição humana, e por vezes caio no erro de nem sequer pensar em mim... ou para mim... ou sobre mim...
Egocentrico.
Deixo-me consumir e derrotar por pessoas pequeninas e fracas… (apenas ao meu ver).
Neste ano de invejas e ataques de desconhecidos, movidos pela astúcia da palavra e da imaginação pérfida,
há afinal momentos de muita lucidez...
atropelados pelo coração (do tamanho de ti - dizem alguns)
e que apenas sabe ver o melhor dos outros (infelizmente)
… mesmo a esses não consigo sentir nada a não ser uma tristeza de os saber tão diminutos e fracos de vida…
O perdão é e será sempre a faca agudizadora do meu sofrimento.
O perdão é o meu pior inimigo e a minha maior fraqueza…
O perdão mantêm-me preso ao que não foi e ao que as pessoas não serão…
porque não são.
E eu... sou eu, e cada vez gosto (as vezes) mais de mim.

14 de setembro de 2011


Não existem relações falhadas.
Existem relações que não se encontraram no tempo certo.
As que perduram no tempo, sepultam em mim o sofrimento da dúvida.
Perco-me na esperança de “e se…”
É falso.
É prematuro e infiel à minha dor.
Sem saber enterrar o passado, apenas resta tropeçar novamente no mesmo erro.
E outra vez... e outra vez... e outra vez.
Sabendo do naufrágio, não consigo passar sem me fazer à desordem…
e naufragar e tentar sobreviver… outra vez… reconstruindo... outra vez...
Perdoar, perdoar, perdoar ... sabendo que não falhei ...
Apenas sei que quando o perdão se transforma no passado, acorda-me o presente e faz-me sofrer num futuro,  que afinal ...
não existe.
Dizem que a felicidade é viver sem memória.
Errado.
A felicidade é viver sem memória e sem perdão.
É enterrar a compaixão e não ver nos outros o que somos…
É viver apenas sem humilhação, sem medo, sem receio de ferir, de magoar e de fazer sofrer outra vez…. ou de sofrer... outra vez...
Ser feliz é apenas não ser prisioneiro dos erros que não cometi...
E estar com alguém como se estivesse só.
Em paz.