25 de novembro de 2004

Posso dizer um palavrão?
...
#$%&"#$"!#$#€§£
...
Pronto.
Agora vou à retrete...
Tenho que pensar para não vomitar de asco e de fúria.

24 de novembro de 2004

Hoje falo de líderes de “falo”.
A vontade que por vezes explode no nosso intimo e se caracteriza por uma horrível vontade de dizer ao mundo que a incompetência não labora em conjunto com a liderança.
As faces que “falo” lideram e não são lideres.
Não são escolhidos pelo grupo e não aprendem a liderar o grupo que nunca vão realmente controlar.
Confuso?
Não. Real!
“falo” de opressão.
Depois de batalhas travadas, com o esforço e o sacríficio dos peões, o reconhecimento não existe. O simples agradecimento não existe...
Ao invés, surge a crítica destrutiva, o desprezo e a censura dos que ordenam, mandam e dispõem de poder para o fazer.
Mesmo que não saibam.
Mesmo que não queiram saber.
A ditadura do poder artificial.
A ditadura daqueles regimes onde os golpes de estado são elaborados nas entranhas da revolta.
Da revolta...
...
Diálogos de Zudan.
- Sabes meu amigo, tu és um líder natural. A grande maioria do grupo procura os teus ensinamentos.
Se nada tens a ensinar, aprende para o fazer.
Com quem?
Com os que te procuram.
(Cerebral constipations of Zudan)

As cargas que te são prescritas pelos teus seguidores, impõem-te uma dedicação plena.
No ensinamento e sempre na frente da fila.

Duas classificações para os de que “falo”.
Os lideres naturais, que são procurados e os lideres sintéticos que se subdividem, nos que nunca serão líderes e nos que tentam aprender a liderança.
Uma evidência.
Há líderes naturais.
Os que iniciam as revoltas, os golpes de estado, as brechas nos opressores e lutam para defender ou agarrar aquilo em que acreditam.
Desgosto.
...
Hoje vou ver o mar.

18 de novembro de 2004

O pai natal chegou.

OH OH OH, o pai natal chegou – gritam os petizes aos pinchos.
E vem de cavalo!?
Ao dia 4 de Novembro?
...
Sim meus caros doentes do consumo desenfreado.
Isso não interessa para nada.
...
Os grandes templos da religião económica e globalista, espaços de peregrinação e devoção aos fins de semana e feriados, vulgo centros comerciais, já começaram a atacar os bolsos dos seus fiéis desde o dia ... 4 de Novembro?!
Mas o pior é que até recriam, tal qual Hollywood, o cenário perfeito de Natal, com as decorações, aquelas músicas que teimam em repetir eternamente e as suas populares promoções.
Venham minha gente... comprem.
Comprem com o dinheiro que não possuem e que a crise vos tirou.
Peçam à tia, à mãe, ao pai, ao banco, ao banco do banco, mas comprem e venham começar o Natal.
Sim.
O Natal.....
Porque o Natal já começou... a 5 de Novembro.
...
Cada ano mais cedo, cada ano mais caro.
Ainda vou ver a chegada do Pai Natal em Agosto, em plena praia, com a sua prancha de windsurf daquela marca cara e inatingível ao comum dos mortais.
Pergunta para os 250.000€
Sabem que o Natal é a 25 de Dezembro.
E sabem o que se comemora?...

Um desabafo.

Há que tornar a ungir os cavalos guerreiros e levar a luta até ao fim; porque quem nunca descansa, quem com o coração e o sangue pensa em conseguir o impossível, esse triunfa.
(I Ching)

Cheguei à fronteira, desviei as tempestades e assegurarei que a honra dos homens será a eterna luta dos que por cá andam.
A frustração e a desilusão que nunca senti, teimam em perseguir a minha marcha.
Mas a eterna esperança que tudo mudará uma manhã, abraça a contenda de honrar um sonho de menino que é realidade há cerca de 4 anos.
E isso, desculpem mercenários, não me tirarão nem que cego fique, pois os meus sonhos de menino, valem mais que o vosso níquel, poder ou ambição.
Desabafem e olhem em espelhos, “crianças” que já não são e que recusam a imagem que algum dia o foram.
Cuspam nos vossos olhos carregados de avidez, e sacudam a pretensão do vosso acanhado coiro.
Talvez um dia alcancem algo muito simples.
Sonhar e voltar a ser crianças.
Ajuda: Pensar que vivem conjuntamente com matéria humana racional e emocional e que tal como eles, morrerão amanhã, sós e com metro e meio de terra imunda em cima dessa cupidez afiada.
E depois... fim de cena, crianças.
Acabou o sonho.
...
Estou cansado... Um bom filme da tv. Acho que me vou encostar a este sofá já gasto e esperar que o telefone não toque.
...
E o teu capítulo?

11 de novembro de 2004

Morreu Yasser Arafat (1929-2004)
E agora (ex) Autoridade Palestiniana?
E agora mr. Bush?
E agora Humanidade?

Assimetrias ... para quem as vive.
E as diferenças entre praias.


Há praias de rocha.
Há praias de areia.
...
Há praias de mar.
Há praias fluviais.
...
Há praias privadas.
Há praias atestadas.
...
Também há praias de alcatrão e petróleo derramado.
E decerto sem população mas com arvoredo empolado.
...
Uma alegação é a temperatura.
Umas frias noutras ardentes.
Umas com água não muito pura.
E outras, autênticas nascentes.
...
Esta bodeguice não deveria,
Alastrar do caule à raiz,
Curioso tanta assimetria,
Neste dissemelhante País.



Disse-me uma vez caminhante forasteiro:
Saudades my friend... saudades.

A célebre palavra portuguesa sem tradução possível para não natos no país da língua de Camões.
Este estrangeiro, após uma breve discussão refere-me:
- Então não há palavras noutros idiomas para descrever um sentimento?

Erro número um.
A saudade não é um sentimento.
Para além de ser uma insaciável ânsia ou desejo para com uma pessoa ou momento passado, a ausência passa a ser a maior presença na vida de quem sofre com ela.
Uma forma de estar na vida, mais do que um simples sentimento.
A descrição básica em qualquer idioma tem que ter sempre a definição própria de quem tenta compreeender a carência.
É algo para além da matéria,... são feridas no espírito.
Aquando da perda.... é tudo o que resta.
Como um “dot” algum dia disse “ A saudade não significa que estamos separados, mas sim que algum dia estivemos juntos”...
Et Voilá uma tradução para todos os falantes.

9 de novembro de 2004

O Captain! my Captain! our fearful trip is done,
The ship has weather'd every rack, the prize we sought is won,
The port is near, the bells I hear, the people all exulting,
While follow eyes the steady keel, the vessel grim and daring;
But O heart! heart! heart!
O the bleeding drops of red,
Where on the deck my Captain lies,
Fallen cold and dead.
O Captain! my Captain! rise up and hear the bells;
Rise up--for you the flag is flung--for you the bugle trills,
For you bouquets and ribbon'd wreaths--for you the shores a-crowding,
For you they call, the swaying mass, their eager faces turning;
Here Captain! dear father!
This arm beneath your head!
It is some dream that on the deck,
You've fallen cold and dead.
My Captain does not answer, his lips are pale and still,
My father does not feel my arm, he has no pulse nor will,
The ship is anchor'd safe and sound, its voyage closed and done,
From fearful trip the victor ship comes in with object won;
Exult O shores, and ring O bells!
But I with mournful tread,
Walk the deck my Captain lies,
Fallen cold and dead.

Walt Whitman (1819-1892)

Ah.
A resposta à pergunta.

Prefiro a escrita a discursos.
Pode-se pensar a escrever.
Pode-se sentir a escrever.

As letras utilizam a razão e ouvem o coração.
...
Tenho a impressão que quem me ouve não me reconhece se me ler …
Estranho.

Ou não.

Transferências em sintonia


Choro.
Chorei como um garoto toda a minha vida.
De raiva, de medo, de saudade, de amor.
De tudo. Enquanto sofria ou temia que sofreria.
Acocorado, de joelhos, deitado, caminhando.
Nunca consegui reter a água salgada que saltava de uma qualquer ferida aberta.
E fez-me aquilo que sou.
Hoje e de novo.
Chorei.
De tudo o que justifiquei na terceira linha e mais,
Da perda.
Da amizade, da honra, da coragem, da força e do espírito de dever, que me foi mostrado e reforçado a cada segundo em que me brindou com um pouco da sua presença.
Em cada conversa séria salteada de uma piada sobre qualquer coisa.
Em cada conselho que me entregava embrulhado em papel alegre.
Em cada desabafo que me confidenciava.
Em cada segredo transmitido.
Este Homem foi o meu “ Captain my captain” e de longe o timoneiro da minha frágil embarcação.
...
A ele e aos demais marinheiros confidentes deste grumete, inclusive aos mais novos…
o conhecimento e a criação de laços.
E laços muito fortes.
Onde a saudade ganha brilho e justifica a sua fama.
E o Obrigado é pouco e banal para tanto que foi oferecido.

2 de novembro de 2004

Decidem a minha vida e eu não posso participar?

Proponho que as eleições para Presidente dos Estados Unidos sejam, futuramente um acto alargado a todo o mundo.
Ou pelo menos aos países democratas.
O futuro do mundo decide-se hoje.
E eu castrado. Não posso fazer nada.

Como é que decidem hoje a minha vida e eu calado. Sem dizer nada?

Estranha democracia ditatorial…