9 de novembro de 2004

Transferências em sintonia


Choro.
Chorei como um garoto toda a minha vida.
De raiva, de medo, de saudade, de amor.
De tudo. Enquanto sofria ou temia que sofreria.
Acocorado, de joelhos, deitado, caminhando.
Nunca consegui reter a água salgada que saltava de uma qualquer ferida aberta.
E fez-me aquilo que sou.
Hoje e de novo.
Chorei.
De tudo o que justifiquei na terceira linha e mais,
Da perda.
Da amizade, da honra, da coragem, da força e do espírito de dever, que me foi mostrado e reforçado a cada segundo em que me brindou com um pouco da sua presença.
Em cada conversa séria salteada de uma piada sobre qualquer coisa.
Em cada conselho que me entregava embrulhado em papel alegre.
Em cada desabafo que me confidenciava.
Em cada segredo transmitido.
Este Homem foi o meu “ Captain my captain” e de longe o timoneiro da minha frágil embarcação.
...
A ele e aos demais marinheiros confidentes deste grumete, inclusive aos mais novos…
o conhecimento e a criação de laços.
E laços muito fortes.
Onde a saudade ganha brilho e justifica a sua fama.
E o Obrigado é pouco e banal para tanto que foi oferecido.

1 comentários:

Anónimo disse...

é pá!
o Schreck anda por aí a gritar "xaim do meu pântano".
bons textos.
têm sentimento. Sentidos.