21 de novembro de 2006

Reconheço a morte quando a vejo;
Conheço o sofrimento ao longe;
Revejo-me nas lágrimas dos que sofrem;
Incorporo a dor dos que a sentem;
Refilo com os que não vencem;
Imito o acatamento da carência;
Vagueio pelas ruas sem farol;
Escondo as palavras adoentadas;
Vejo e revejo uma lenta extinção;
Ofereço náuseas a quem não protege;
Conforta-me o som que me expõe;
Revelo a competência aos inseguros;
Imagino a perda do que não tenho;
Sonho, perdido com o aconchego;
...
Entrego segredos aos confidentes;
Busco alento onde desconheço;
Dou muito do que não mereço;
Mas querendo cerro os dentes...
...
e resolvo continuar neste aperto...

0 comentários: