21 de abril de 2007

FIM

Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes ­
Façam estalar no ar chicotes
Chamem palhaços e acrobatas.

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza:
A um morto nada se recusa,
E eu quero por força ir de burro ...


(Últimos Poemas, 1916)

Mário de Sá-Carneiro (1890-1916)

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