17 de fevereiro de 2005

A utilização de valores intocáveis da civilização em prol da promoção pessoal pública em tempo de eleições.

Ou

Como utilizar a desgraça dos outros para uma campanha suja e cobarde.

Ou ainda

E se tivessem vergonha na cara e respeitassem as famílias enlutadas?

-Silêncio-

Acordei deveriam ser quase sete horas da manhã.
O despertador, amigo e fiel, pulsava um som fino e estridente a pedir para levar a já rotineira palmada matinal.
Por estar desperto, alterei o sinal incomodativo para um não menos azucrinante noticiário das sete.
“Agente da PSP morto a tiro na cova da moura” – Informava a familiar voz feminina.

-Silêncio-

Fui almoçar.
Na televisão os partidos politicos debatem-se para gritar mais alto que a Polícia tem falta de meios.... ?!?!

-Silêncio-

Após a morte da irmã Lúcia.
A Igreja aceita o facto, como uma transição e com naturalidade.
O Povo, embora transtornado, também.

-Silêncio-

Os candidatos ao governo cancelam a campanha eleitoral e as suas declarações declamam cinismo e uma falta de bom senso quase roçando o gozo...

-Mudez-

É o vale tudo senhores ouvintes.
Um bom dia para vocês.

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