21 de dezembro de 2004

Queria tanto falar a ninguém e que esse alguém me compreendesse.
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O meu ponto de equilíbrio está prestes a ruir.
Todos o temos. Apenas varia a fonte de energia.
A matriz para que possamos ser nós.
Plenos de todas as capacidades. Na família, no trabalho, nos grupos que frequentamos.
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É como na guerra.
Quando falha tudo o resto, consequência da perda da instabilidade.
Surge o confronto.
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É como na guerra eterna.
Quando falas e ninguém te entende, por problemas de código ou de canal, ou até pelo facto do receptor não estar com interesse na transmissão.
Surge o desgosto.

O desequilíbrio brota quando acrescentado ao desinteresse se junta a alteração na comunicação original... e as fontes esgotam.

1 comentários:

Anónimo disse...

Podes falar. Fala que eu escuto. Eu e os outros dois mil.
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perder o equilíbiro: Isso não é muito mau; se está para ruir, então TENS DE saber que ainda o tens; e mantê-lo...
A matriz, essa és tu que a fazes, a cada minuto em que insistes em manter o dito equilíbrio.
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É de facto um estado de guerra, porque é diário e em regra nos é imposto; de confronto inevitável, característica dos que pensam e agem racionalmente.
Só que a guerra consome e ninguém ganha. Manter a dignidade com a perseverança de um rio, será ais adequado.
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É guerra eterna, porque os estúpidos sempre existirão.
Já concluiste então, que o interlocutor, sempre que perante ti, padece, sofre e não consegue esconder de um sentimento específico de inferioridade e geral de aparência - aquilo que não é.
O desgosto é um dos factores sentimentais que imita a fénix: das cinzas da apatia, surge o movimento contrário, essência do seu combate. yang e o outro, que se encaixam.

A deturpação pura e simples é normal quando o interlocutor não entende porque está vivo, o que deve fazer da vida e como se confrontar com a inegável realidade que o surpreende diariamente: que existem à sua roda outros seres mais interessantes, mais cultos, mais sérios e honestos, precisamente porque teimam em comunicar, equilibradamente.

Não há fontes. Quando muito, outros electrões como nós, que giramos em torno da vida decente.

Conclusão: a tua análise está correcta; o teu retrato está completo: sentes um enorme prazer em a tua vida ter significado e fazeres a diferença, principalmente porque consciencializaste que o autismo ronda os 99,9%.
Eu compreendo-te porque também sou assim... por isso, enquanto vais estudando e escrevendo planos para um dia os usar, o inter loc utor dará pelo silêncio e só tarde demais perceberá que o seu tempo não findou: apenas nem chegou a exisitr; mesmo que alguma progressão carreirista existisse.

Mas por esta altura, já descobriste que este tipo de provações só pode enriquecer um ou outro capítulo. Do livro da tua vida claro.

Um abraço.

The Je.