31 de outubro de 2004

Sinto-me estranho.
Dividido e apreensivo. Mas estranho.
Vão retirar-me parte da minha vida.
Subtrair cinco anos e adicionar algo desconhecido.

Que despretensiosa matemática.

Que paixão efémera a que sinto.
Vulnerável como uma folha de papel à chuva.
… a desfazer-se.
De novo na frente da batalha da vida.
E de novo sem forças para a luta…
Carente e incerto das decisões.

Perdoem-me os que acham que é pecado pensar assim.

Estou com vontade de escrever o meu Moleskine, ou em algo que o substitua.
E isso é mau?!, dizem os entendidos.
Escrever naquele caderno, é sempre sinal de tristeza, de amor ou de solidão.
A felicidade não cabe naquele caderninho cor de luto.
Está a minha alma sem luz.
Nunca de luto.
Luto é pesar.
Pesar é prostrarmo-nos ao destino.
E mesmo com a alma manchada de dor, devemos seguir aquilo que a vida nos preparou.
Ou nos deu.
Mas só devemos…

e Eu, estou triste.

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