26 de agosto de 2004

Parei defronte daquele escaparate… Acho que ganhei coragem…
Como aquelas compras que tem que ser feitas, mas que custam a convencer-nos.
Ontem não foi o caso. Já vinha a adiar a sua aquisição desde a primeira edição.
Curiosidade amedrontada.
Finalmente. A 9ª edição.

Cheguei a casa, coloquei-o sobre a mesa e olhei-o.
Notei que por diversas vezes o observei antes de o abrir.
Quase desisti.

Cheguei a ler duas vezes o currículo do autor… e sim, não é normal.
Finalmente.
Abri a quinta folha que marcada com o número 9, mostra o primeiro parágrafo.
Entre parêntesis.
SAUDADE MANUEL.
A comunicação de uma saudade tão forte que consegue quase sufocar-me…
A manifestação da falta.
Aquilo que eu previra aconteceu… corre a primeira lágrima. Ao primeiro parágrafo.

“ (Sei que andas por aí, oiço os teus passos em certas noites, quando me esqueço e fecho as portas começas a raspar devagarinho, às vezes rosnas, posso mesmo jurar que já te ouvi a uivar, cá em casa dizem que é o vento, eu sei que és tu, os cães também regressam, sei muito bem que andas por aí.)”
in Cão Como Nós, Manuel Alegre

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