27 de janeiro de 2008

“- és maluco? Self injured? Niilista? NÃO EXISTES!
Olha, chuta mais umas para o pessoal…afinal…”

Reparei que sou invejado.
Não sei bem em quê. Nem porquê.
Desisti de tudo o que poderia causar inveja.
Tudo. É felicidade.
Transporto a agonia de saber que decidi.
Decidi. Até ver…
Decidi por alguém que depende de mim.
Por alguém que ainda nem sabe o que é inveja...

Reparei que sou invejado.
Da dor da alma à embriaguez permanente do corpo.
De álcool ou de nada.
- É simples ficar ébrio…De desistência.
Limitarmo-nos a deixar de comandar na nossa
vontade.
O álcool e a resignação têm isso em comum.

Reparei que sou invejado.
Por estar muitas vezes rodeado de quem não me diz nada...
Do ser fácil…
São como que… predadoras…
- Ele é demais… mas não dá confiança… (dizem)

Recuso-me a ser puta... Por isso sou invejado...
Exigente e lunático. Impertinente e rigoroso.
Talvez um pouco vaidoso…
não ser puta é doloroso.
...
Mas ... o que tem isto de desejado…?
...
Queria ser puta,
Gozar da fama.
- Sabia-te bem nem saber o nome…
E acordar numa e noutra cama?

Queria mesmo ser invejado
Vou tirar um curso de PUTA
Queria ser invejado por isso,
Por uma vez na vida
Só uma…
Afinal… só uma… não faz mal…
...
Quero só ficar à espera…só… e que a tal.
A que me acorde.
Me respire.
Me veja.
E me seja.
Que me devolva a tal estranheza
Para que compreenda tal inveja.

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